João Lopes
O que esperar do próximo Presidente da C.M. Braga
Li recentemente uma entrevista ao futuro candidato do PS à C.M. Porto, Dr. Manuel Pizarro – sim, Dr., porque é médico – onde foram abordadas matérias que bem gostaria que fossem apresentadas aos futuros candidatos à presidência da C.M. Braga a fim de contribuir para o esclarecimento dos eleitores da Capital Histórica do Noroeste Peninsular.
A entrevista foi resumida a três pontos-chave sobre a política que pretenderá aplicar caso seja eleito. Primeiro ponto, a Economia, i.e., a necessidade de criar condições para atrair investimento empresarial com consequente criação de postos de trabalho, sem esquecer o turismo e o comércio. No segundo ponto, assegurar as condições habitacionais da população para garantir coesão social. Terceiro e último ponto, o desejo de recuperar para a sua cidade a capacidade de influência junto do poder central e centro da região onde se insere (no meu entender, o Douro Litoral ou atual Área Metropolitana do Porto). Ainda de registar, um momento de grande lucidez na resposta aquela deplorável pergunta sobre se o Presidente da C.M. Porto deve ser o líder da Região Norte. Diz e passo a citar o Dr. Manuel Pizarro, que "vivemos num mundo em que há outras centralidades e este discurso pode afastar personalidades do Norte e cidades que são muito importantes para a afirmação da região". Vai ainda mais longe no raciocínio afirmando que "temos que liderar porque fazemos as propostas certas e não porque proclamamos que somos lideres". No caso de ser eleito, espero que o Dr. Pizarro não vire o bico ao prego no que toca a este raciocínio.
Estou totalmente de acordo quando aos dois primeiros pontos e a sua devida articulação. Uma vez que não são só os clubes de futebol que competem entre si, os concelhos portugueses também se "guerreiam" – ou pelo menos deveriam – para atrair investimento privado que gere emprego e coloque um garrote que estanque a sangria de habitantes que se tornam desempregados (14.348 em Braga segundo dados do IEFP de Setembro último, tantos como os do concelho do Porto). Espero que tal aconteça, caso a conjuntura económica internacional melhore e haja empresas interessadas em investir em Portugal, apesar dos nossos governantes terem atuado tão mal nos últimos tempos, que poderão ter contribuído para a redução da atratividade do País. Assim, um Presidente da C.M. Braga com visão mas também com competência nas reivindicações junto do poder central em Lisboa, poderá alcançar tal desiderato e evitar que mais bracarenses caiam na situação daquele infeliz casal que passou a viver debaixo de uma ponte sobre o Rio Este. Quanto ao Turismo e Comércio, o próximo autarca da C.M. Braga poderá aproveitar, por exemplo, deslocações ao estrangeiro com o S.C. Braga, ABC ou HC Braga, que não são tão esporádicas quanto isso, para efetuar contactos e promover a Cidade e a Região do Minho como locais de excelência para visitar em período de férias mas também dar a conhecer a indústria produtora de bens e serviços não só de Braga mas outros concelhos vizinhos. Já basta a figura – quase passada – de autarca que aproveita para ir à boleia dos clubes desportivos para passeatas, comes & bebes, suecadas e ficar bem nas fotos. No terceiro e último ponto, formulo votos para que o próximo Presidente da C.M. Braga saiba utilizar toda a carga histórica e simbólica da sua Cidade mas também o seu peso populacional, bem como o do Minho, para se afirmar como um líder da nossa bela Região. Serão as tais propostas, como mencionou o candidato do PS no Porto, que gerem valor para a sociedade e economia bracarense no particular e para a minhota em geral, que poderão devolver o título de cidade mais influente do Noroeste Peninsular, tal como Braga o foi durante mais de um milénio até meados do Séc. XIV.
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