Dinastias disfarçadas
A nossa Bracara Augusta anda em
polvorosa. As lutas de poder, qual saco de gatos, fazem-me
imaginar
um Setembro quente e pouco esclarecido. Mas para alguns senhores
desta cidade, a qual me orgulho de fazer parte e de nela ‘valorizar’
o bom e belo que me faz sentir bem e em casa, o objectivo passa por
confundir as pessoas, suscitando nelas dúvidas que podem favorecer
esta ou aquela ‘família’.
Ricardo Vasconcelos
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O único rosto da mudança
Braga vive há 37 anos debaixo do mesmo
espectro político. Desde que ganhou as primeiras eleições
por
escassos votos ao CDS, Mesquita Machado nunca mais largou a cadeira
do poder. Seja pelo mérito, que o existe indubitavelmente, seja por
uma densa teia económica gerada em torno do tipo de políticas
adoptadas, o certo é que o homem tem jeito para o cargo. Nem falemos
então das oposições mal orientadas e sem linha de acção, que
foram sucessivamente derrotadas nas urnas. O cenário, digamos, foi
propício e o protagonista também o aproveitou com inteligência e
argúcia.
Rui Ferreira
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O circo desceu ao Terreiro
António Barreto, conhecido sociólogo
da nossa praça revelou hoje na imprensa que os nossos
políticos
exigem sacrifícios aos portugueses mas eles próprios não se
sacrificam. Fica aqui bem patente a relação que os portugueses
estabelecem com os políticos, principalmente aqueles que nos
governaram nos últimos tempos.
Com mentiras e malabarismos, os
políticos prometem aquilo que não podem cumprir, fazem-nos sorrir
(mas pouco) com reformas impossíveis de executar devido à nossa
condição de eterno dependente de terceiros. Das duas uma, quando
prometem o El Dourado ao eleitorado não sabem do que estão a falar,
ou são sádicos ao ponto de cortar a mão a quem lhes dá o poder.
Jorge Paraíso
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Expedições - Volta ao Mundo III e IV
III
Conversei com pessoas do lugar, meu
passatempo favorito não só em Portugal, mas por onde viajo,
são
tantas as histórias, tantas estórias, tanta informação, afinal os
lugares são também isso, não basta vê-los.
Fiquei observando o encontro das ondas
com o rochedo, a areia que se faz e se desfaz em poças mutantes,
apreciando a delicadeza da capela, percebendo aquele vento
inquietante ainda que sinuosamente harmônico, enquanto ia pensando
na escrita de Gabriela Mistral, nas suas palavras dirigidas ao Divino
impregnadas de umas outras tantas ondas, no caso aquelas umas do mar
chileno:
“ Daí-me Senhor, a perseverança das
ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida, para um
novo avanço”.
O mar português incita ao movimento.
Como dizia o poeta esse mar salgado contém em si lágrimas de
Portugal, remete ao despojamento, à partida, ao avanço. Dentro em
pouco voltei para o Porto. O meu destino? A Livraria Lello, o Café
Majestic, nosso próximo assunto. O viajante volta já!
Lucio Marques
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Salvação Nacional vs Interesses
Partidários
A quantidade e qualidade de esquemas
planeados entre os partidos políticos com origem nos seus
líderes e
enquadrados no poder nacional, local e regional, onde os cidadãos
vão alimentando o seu ego e calor partidário em prol de benefícios
futuros, podemos constatar que o alimento se vai mantendo ao longo
dos anos, bastante para tal, que sejam simplesmente, militantes deste
ou daquele partido.
José Manuel Pereira
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Obviamente demitam-se!
Se não o
fizerem os Portugueses demiti-los-ão na rua!
O que se tem passado em Portugal nas
últimas semanas são os últimos actos de uma trágico-comédia
que
tomou conta do País nos últimos dois anos e meio, e que corre o
risco de se transformar numa tragédia arrastando-nos para mais um
período negro de uma história quase milenar.
Vai-se assistindo à degradação, à
decadência das instituições numa espiral de insanidade a que só
as pessoas, transformando-se em cidadãos, podem pôr cobro. Exige-se
um Movimento de Cidadania que varra esta Canalha
da vida pública portuguesa.
Luis Freire de Andrade
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Imagem da Semana
Fachada da Sé de Braga ao tempo de D.
Diogo de Sousa (1505-1532), segundo uma gravação numa pedra da
Capela de S. Lourenço da Ordem e revelada pelo Con. Aguiar Barreiros
e com ilustração de J. da C. Vilaça em 1920
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