Documento na Torre do Tombo
Esta douta sentença já é muito conhecida, mas é sempre bom recuperar
este verdadeiro Manual do Direito de Família.
Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos.
Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.
Sentença de 1557- Trancoso, Portugal
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
SENTENÇA PROFERIDA EM 1557 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO
(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e
dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas
públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os
quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi
arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido
com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e
trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove
comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve
vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um
filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de
quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo
duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo
masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres". Não
satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo
adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso
nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres. Acusam-lhe
ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram
obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais
se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia
exigente do malfadado prior.
( agora vem o melhor )
"El-Rei D. João III lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade
aos dezessete dias do mês de Março de 1557, com o fundamento de ajudar
a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em
proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa
Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador, como
colaborador de povoamento português. El-rei ordena ainda guardar no
Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o
processo".
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E foi assim que começou o povoamento da Bahia.......
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Bujeiro que vistaba, o bujerillo que taponaba oh señor prior.
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