terça-feira, 22 de novembro de 2011

A famosa Sentença do Abade de Trancoso. Enviada pelo amigo A. Pereira

Documento na Torre do Tombo


Esta douta sentença já é muito conhecida, mas é sempre bom recuperar

este verdadeiro Manual do Direito de Família.

Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos.

Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.

Sentença de 1557- Trancoso, Portugal

Arquivo Nacional da Torre do Tombo



SENTENÇA PROFERIDA EM 1557 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e

dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas

públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os

quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi

arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido

com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e

trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove

comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve

vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um

filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de

quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo

duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo

masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres". Não

satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo

adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso

nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres. Acusam-lhe

ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram

obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais

se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia

exigente do malfadado prior.
( agora vem o melhor )

"El-Rei D. João III lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade

aos dezessete dias do mês de Março de 1557, com o fundamento de ajudar

a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em

proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa

Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador, como

colaborador de povoamento português. El-rei ordena ainda guardar no

Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o

processo".

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E foi assim que começou o povoamento da Bahia.......

1 comentário:

  1. Bujeiro que vistaba, o bujerillo que taponaba oh señor prior.

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