quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Braga - Discurso do Prof. Gabriel Machado, na apresentação do livro "História da Bola em Braga"

«A HISTÓRIA DA BOLA EM BRAGA» – Apresentação . 7 de Dezembro de 2010


Boa tarde a todos, amigos, convidados e senhores jornalistas,
Uma nota prévia: não faço a apresentação deste livro por ser um especialista na matéria em causa mas, tão simples como isso, por ser amigo dos autores: do mais maduro, amizade antiga forjada noutras andanças, do mais jovem, amizade recém-criada com esta História da Bola em Braga como pretexto...
Dito isto, quero, antes de mais, e em nome dos autores, agradecer-vos por terem comparecido, já que o Braga não joga hoje mas, ainda assim, parece-me apropriado dizer que hoje é dia de irmos à bola… e, como se sabe, só convidamos para ir à bola os amigos.
Viemos à bola, desta feita, pela iniciativa de 2 co-autores de gerações diferentes (o que será um 1º merecimento desta obra) – que formam, por isso, e à primeira vista, uma dupla, diria, improvável: EVANDRO LOPES (nascido lá pela década de 50, em tempos idos recordista nacional de atletismo e ex-dirigente de modalidades amadoras do Sporting Clube de Braga (os mais incrédulos podem ver fotos comprovativas na galeria do clube) e JOÃO NOGUEIRA DIAS nascido nos bem mais recentes anos 80).
Em comum, nesta associação improvável mas que se aprova, os terrenos que pisam, os interesses que dividem: a naturalidade (ambos nasceram e cresceram em Braga, o primeiro na freguesia da Sé, o segundo na de Maximinos); o gosto pelas letras (o Evandro, o filho-do-alfarrabista, ligado a publicações/intervenções – diria, polemizações - sempre com Braga como pano de fundo; o João, estudante universitário, cronista, colaborador na imprensa, jovem escritor); em comum, também, o pugnar pela sua cidade, o apego ao Sporting Clube de Braga, ao seu “braguinha” e, facto decisivo neste contexto, a Tertúlia que acontece neste espaço onde nos encontramos, o Restaurante-Bar Zero 53, cujo patrocínio tornou possível este evento e esta obra. Faço votos para que outros exemplos floresçam cá no burgo!...
O Evandro, num dos seus emotivos e-mails a propósito desta publicação, confessava estar a cumprir a última etapa da tríade que considera que um homem se realiza plenamente ao “deixar descendência, plantar uma árvore, escrever um livro”.
É, com certeza, compreensível que, ao contrário do companheiro de escrita, o João Nogueira tenha decidido alterar a sequência e começar pelo fim… isto é, pelo livro e não pelo filho...
Este documento configura uma viagem à HISTÓRIA DA BOLA EM BRAGA que se joga – podemos encontrar-lhe, já aqui, um 2º mérito - entre a história entendida como contributo para o conhecimento do tempo passado e as estórias como narrativas vivenciais, as estórias que contam a história. Dito de outro modo: a história da bola em Braga contada com estórias.
Este livro é, igualmente, uma VISITAÇÃO DE MOMENTOS IDOS COM, COMO NÃO PODIA DEIXAR DE SER, ALGUMA CONTROVÉRSIA À MISTURA:
2 exemplos para aguçar o apetite:
. A polémica história do equipamento do Sporting Clube de Braga;
. A data da fundação (o ano I) do Sporting Clube de Braga – aqui se apresenta a inédita CERTIDÃO de NASCIMENTO do clube (tenho p´ra mim que esta será mesmo a cereja no topo do bolo!).
É, ainda, UM OLHAR PELAS AGREMIAÇÕES QUE ANTECIPARAM A ACTUAL INSTITUIÇÃO SCB:
. O Foot-ball Clube de Braga (aparecido lá pelos inícios do Séc. XX);
. A equipa de Sargentos de Infantaria;
. O Minho Sport Clube;
. O Sport Lisboa e Braga (uma designação, no mínimo, original...);
. O Braga Sport Clube;
. O Liberdade da Rua da Cónega.
. Fazem parte deste enredo, do mesmo modo, aquelas colectividades que resistiram e se mantêm no activo, como o Soarense, o Maximinense e o Dumiense e, claro, em lugar de destaque, os primórdios e a consolidação do SCB até à sua subida à 1ª Divisão Nacional na época de 1946/47, ao ter-se sagrado Campeão Nacional da Segunda Divisão com uma vitória por 2-0 sobre o "Onze Unidos", no Montijo.
Esta história é contada com palavras e imagens (muitas nunca publicadas).
É uma história narrada conluiando factos e afectos.
Um registo que convocou laços familiares (não é por acaso que o prefácio é da lavra de Luís Freitas Lobo, a um tempo um conhecido analista desportivo e neto de Celestino Lobo, um dos fundadores do SCB, tendo o pai do Luís, Carlos Lobo, sido o responsável pela biografia do seu progenitor; convocou, também, amizades e cumplicidades (o Lukas na fotografia, o Joel no grafismo, o Nelo no mecenato).
Enfim: sabe-se que não há trabalhos definitivos que retratem a história redonda e acabada das gentes e das instituições. Há contributos que se entretecem, ganhando relevância pela sua complementaridade. Este livro pretende ser apenas um deles.
Mas que, como diria um dos autores, o livro está bem «esgalhado», lá isso está!
Vai, com certeza, deixar vontade de ir outra vez à bola com eles!
Parabéns aos autores! Muitos e bons leitores para o livro!
 Gabriel Machado

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